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Bicicleta para dois…

Há umas semanas atrás, eu fiz a semana dos namorados, aqui no boteco, e pegando a deixa, um dos meus amigos me perguntou: o que era amor pra mim naquele momento. Eu dei uma resposta um tanto quanto nada romântica,(disse que amor pra mim,naquele momento,era:”Dividir um cigarro com a pessoa desejada,após aquela trepada!).Meu amigo achou um tanto quanto engraçado e me disse que:”Amor é dividir uma bicicleta pra dois!”.E para provar que a teoria,ele me mandou um ótimo texto e eu precisava dividir com vocês:

“Amar não custa caro!

Começo um alerta para as leitoras: não acreditem!Não acreditem em príncipe encantado sobre um cavalo branco que lhes oferece ursinhos, caixas de chocolates, buquê de rosas vermelhas, cartões dourados e outros mimos.

Não acreditem em jantar caro no japonês ou naquele champanhe gelado. não acredite em escapadas de avião ou fim de semana no hotel paradisíaco.não acreditem,ainda,em chave de carro zero-quilômetro  ou apartamento novo dentro de uma caixa vermelha em formato de coração.assim é fácil.Moleza!

Quero ver ser namorado em tempos de pobreza e carteira vazia. O namoro entre os empregos. o namoro dos estudantes,que vivem de mesada.o namoro naquele eterno fim de mês.o  namoro com o cheque especial estourado.o namoro na pindaíba é a verdadeira prova de amor.

Porque, se, como diz o poeta, só existem provas de amor, não há prova de amor maior do que aquele presente comprado com os últimos tostões raspados da carteira do rapaz. O convite para o churrasquinho no espeto com cerveja de garrafa. O cineminha no meio da semana, para pagar meia entrada. o bombom,e não a caixa de bombom. A rosa solitária na mão do namorado que te espera na estação do metrô e te leva para casa no último ônibus da madrugada.

Digo por mim. Já empenhei verdadeiras fortunas para agradar namoradas, e não especialmente no Dia dos Namorados. paguei jantares exorbitantes,com um time de lagostas sapateando sobre o prato ,aqui e do outro lado do oceano.produzi luas de mel em hotéis multiestrelados na Europa,e,até cheguei a vendar uma mulher no aeroporto,para que ela não soubesse para onde estava sendo levada.Já comprei diamantes e cheguei a gastar o décimo terceiro numa esmeralda.

Ainda assim, o Dia dos Namorados mais feliz que eu tive, não teve nenhum desses luxos.

Aconteceu ainda na década de 90, quando eu era um estudante de poucos recursos. Levei a mulher amada para um motel furreca no centro da cidade, desses onde se entram a pé. Como era Dia dos Namorados,o motel tava cheio,mas não desistíamos fácil.Resolvemos pagar e esperar numa sala lotada.A sala de espera do motel pro Dia dos Namorados é uma espécie de purgatório do amor.Ficamos 40 minutos presos nessa redoma de silêncio e constrangimento entre casais que se olham com o canto dos olhos.Até que veio a chave do quarto.e nada foi melhor que isso.

Você só pode dizer que o amor vinga depois que ele sai de uma dessas!”J.P Cuenca

Vou ter que dizer que concordo, mas não mudo minha resposta sobre o que é amor pra mim agora!